quinta-feira, 16 de julho de 2015

O gênero discursivo charge em livros didáticos de língua portuguesa e seu contexto social

O gênero discursivo charge em livros didáticos de língua portuguesa e seu contexto social
15/07/2015 • Por Ricardo David •

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Resumo: Este trabalho aborda os gêneros textuais na escola, com ênfase na charge, buscando as melhorias no ensino. A pesquisa foi realizada através de pesquisa bibliográfica e com alunos de uma escola pública, debaixo de uma perspectiva sócio-interacionista, fundamentado nos estudos teóricos sob o ponto de vista bakhtiniano. Durante a pesquisa, foi utilizado sequências didáticas possibilitando trabalhar o tema, o estilo e a construção composicional da charge e sua aplicação em sala de aula. Pelo estudo de charge, transmitida na esfera jornalística, propôs-se demonstrar a sua função social, as características e os recursos linguísticos responsáveis para seu significado. Foram também discutidos os aspectos culturais políticos e sua contribuição para o ler e produzir textos na escola, fazendo possível para aumentar, no aluno, suas capacidades linguísticas e discursivas, partindo do princípio de uma compreensão ativa e crítica da realidade e atual do mundo.

Palavras-chave: charge; escola pública; gêneros textuais.

Abstract: This work boards the textual goods at school, with emphasis in charge, seeking the improvements in the teaching. The research was accomplished through bibliographical research and with students of a public school, under a perspective partner interactionist, based in the theoretical studies under the point of view bakhtiniano. During the research, it was used didactic sequences enabling work the theme, the style and the construction composicional of charge and its application in class room. By charge study, propose itself to demonstrate its social function, the characteristics and the responsible linguistic resources for your meaning. It also was argued the political cultural aspects and its contribution for read it and to produce texts at school, doing possible to increase, in the student, their capacities linguistics and discursive, leaving of the principle of an active comprehension and reality criticism and current of the world.

Keywords:  Charge; Public school; textual genres.

Introdução:

Formar leitores críticos e produtores de textos eficientes é um dos objetivos fundamentais do ensino de língua portuguesa na escola. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), propõe-se que a leitura e a produção de textos sejam desenvolvidas de maneira adequada e útil ao universo escolar e à realidade do aluno. Para isso, discute-se a noção de gênero discursivo como objeto de ensino e aprendizagem. No presente trabalho, busco discutir o gênero charge jornalística e explorar seu potencial no ensino da língua materna. Para isso, realizo uma pesquisa sobre as características fundamentais do gênero charge e, a partir disso, verifico como é feita a abordagem das charges em livros didáticos adotados pelo ensino fundamental e médio em algumas das escolas de Guarapuava. Compreendo que a inserção e a exploração adequada do gênero charge em livros didáticos pode possibilitar que o aluno desenvolva sua competência leitora e desperte sua consciência crítica.

Desenvolvimento:

Para que os objetivos sejam alcançados, torna-se necessária uma pesquisa bibliográfica. Para tanto, levo em conta os pressupostos bakhtinianos acerca de gêneros discursivos, como também as considerações sobre os gêneros no processo de ensino e aprendizagem da língua materna. Consulto Bakhtin (1994); Schnewly; Dolz (2004); Meurer; Motta-Roth (2002); Dionísio; Machado; Bezerra (2002); Marcuschi (2002) e outros. Realizo uma coleta  de charges em jornais de grande circulação no município de Guarapuava para explorar os aspectos discursivos, lingüísticos e textuais que caracterizam o gênero. Estudo o potencial do gênero no ensino da língua materna e realizo uma análise crítica sobre o modo como a charge é abordada em livros didáticos de língua portuguesa.


Em suma, o material de pesquisa é basicamente bibliográfico, contando com a consulta à biblioteca da Unicentro e ao acervo pessoal, e o método é o crítico-analítico.

            Termo de origem francesa, o vocábulo charge vem de charger, que significa carregar, exagerar e até mesmo atacar violentamente. Trata-se de um texto do tipo temporal por retratar fatos do dia-a-dia. "Os textos chárgicos transmitem informações (informatividade), utilizando o sistema pictórico, ou sincreticamente o pictórico e o verbal" (ROMUALDO, 2002, p. 18). Veiculam-se, neste tipo de texto, críticas e opiniões sobre a sociedade de modo geral.

            O estudo de charges na sala de aula permite ao aluno o desenvolvimento de sua capacidade crítica, pois esse gênero discute fatos recentes da sociedade. O leitor pode formar suas próprias opiniões acerca do tema retratado no texto chárgico, ampliando o conhecimento da própria realidade.

Observo que os livros didáticos raramente contemplam o gênero charge nas atividades de leitura. Quando o fazem, a exploração se dá de maneira superficial sem levar em conta os aspectos sociais, verbais e ideológicos que caracterizam o gênero.  Desse modo, pouco contribuem para aguçar a criticidade do aluno



Conclusão

            O gênero charge nas aulas de leitura despertam a criticidade e a compreensão da realidade social, permitindo ao aluno a ampliação do seu universo, ao mesmo tempo que lhe possibilita conhecer diferentes discursos atualizados de acordo com o momento em que vive. Assim, o aluno tem a oportunidade de debater sobre a sua realidade e se posicionar de diferentes maneiras acerca dos mais variados assuntos tratados na sociedade em geral.

Portanto, a exploração adequada desse gênero nos materiais didáticos de língua portuguesa poderia consistir em um excelente instrumental para a formação de leitores competentes e questionadores.



Referências



BAKHTIN, M.M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M.M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1994.



BAKHTIN, M.M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. 12. ed. São Paulo:Hucitec, 2006.



BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. SEF: Brasília, 1998.



DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, M. Auxiliadora. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.



DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.



MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, M. Auxiliadora. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 19-36.



MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Désirée. Gêneros textuais e práticas discursivas: subsídio para o ensino da linguagem. São Paulo: EDUSC, 2002.



ROMUALDO, E. C. Charge jornalística: intertextualidade e polifonia: um estudo de charges da Folha de São Paulo. Maringá, PR: EDUEM, 2002



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Ricardo David
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